01/07/15

Sense8 - critica





Vou fazer uma critica à série Sense8 dos irmãos Wachowsky e do JM Straczynsky. Faz uma semana que acabei de ver a 1ª temporada e os meus sentimentos são ambíguos.
Na generalidade gostei bastante da série, mas em particular existem aspectos dos quais não gosto e que questiono. Por vezes as cenas arrastam-se e não se percebe bem o porquê da sua existência, parece que querem explicar algo mas não se percebe bem o quê, outras há que se explicam em demasia. 

Alguns personagens fazem discursos elaborados sobre a questão humana, por exemplo existe uma personagem transsexual que explica mais de uma vez o quão difícil é pertencer a uma minoria e como sofreu com a falta de tolerância dos restantes humanos, inclusive da sua mãe. Eu achei a cena chata e até a roçar o moralista. Outra personagem que por sinal  é das mais populares, é a coreana Sun, perita em artes marciais, ela tem um uma família que a não respeita e passa a temporada toda com cara de aborrecida a roçar o deprimido, nem uma única emoção, para alem de aborrecimento, se percebe no seu rosto. Sinceramente não percebo como esta personagem é popular, a única explicação é que os adolescentes adeptos de artes marciais, e que não ligam a mínima para as qualidades interpretativas dos personagens, são os primeiros fãs desta série. 

Mas felizmente a série vai mais além dos pormenores contornáveis, de certa maneira sabe criar empatia com os personagens e as condições adversas em que todos se encontram. A série é filmada em vários continentes e podemos aperceber-nos de que todos nós humanos temos desafios a enfrentar, quer estejamos na Europa, Ásia, África ou América. As imagens são bonitas, cinematográficas e  a música é excelente.

Alguns personagens vão-se revelando e descrevendo arcos surpreendentes, como é o caso do Wolfgang o belo alemão de Berlin e da Riley da Islândia (uma belíssima actriz mas que é dos personagens menos populares) apetecendo, só por eles, acompanhar a série na 2ª temporada. São ambos excelentes actores, sabendo representar bem todas as emoções inerentes a um ser humano. Depois temos outros que são uns queridos como é o  Capheus do Quénia, o mais amoroso e sábio de todos; o engraçado Lito que é actor e vive com o namorado, tentando esconder isso do público...., a bela Kala da Índia presa nas tradições e na vontade de não desapontar a família, bem como na recente atracção pelo marginal Wolfgang. 

A série vale a pena, mas os realizadores e argumentistas têm ainda algum trabalho a fazer para não se perderem em pormenores que não interessam nada e só causam poluição à série. 



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