12/03/09

Pensamentos

Frequentemente me deparo com uma indecisão que considero ser a Mãe de todas elas. Envolve duas alternativas: aproveitar agora, ou aguardar e tirar proveito mais tarde?

Alternativas que surgem também nas indecisões mais simples, como o último After Eight numa embalagem. « Apetecia-me mesmo um After Eight, mas já comi quinze antes da hora de almoço. Será que devo guardá-lo para mais tarde?.. Sim, espero mais 2 minutos.»

Bom, o objectivo não era minimizar a questão. A ideia é saber como agir nestas encruzilhadas da vida (nas mais complexas, não nas que envolvem chocolates de menta.. deliciosos.. que se derretem na boca... pronto!, já se acabaram).
Qualquer uma das concepções tem as suas vantagens e desvantagens.
Por um lado, não sei como vai ser o dia de amanhã. Se vou ser atropelado, se cai um pedaço da Estação Espacial no meu WC enquanto faço as palavras cruzadas, etc. Por isso, tenho que aproveitar cada dia que me é dado, como se fosse o último. Muito Carpe Diem.
Por outro lado, se não me contiver e poupar nos excessos, posso ficar "descalço" no futuro. Novas oportunidades poderão aparecer se esperar mais um pouco, ou melhores alternativas surgirão se não agir tão repentinamente.
Irreflectido ou instintivo? Inacção ou ponderação?

Esta dualidade não se resume ao que possuimos (ou queremos possuir), mas à maneira como enfrentamos as "bifurcações" que o Destino nos coloca à frente. Dou outro exemplo: tomar a decisão de ir morar com alguém com quem estamos envolvidos romanticamente, na casa dela/e! Novo bairro, nova vizinhança, novos hábitos, novas responsabilidades, nova vida! Deveremos nós embarcar na aventura do momento, enquanto há paixão, e dar um passo decisivo no "avançar" da relação? Ou devemos nós ponderar a questão em causa, ver que o passo pode ser maior que a perna e a coisa até pode dar para o torto, e depois ficamos apeados no meio da rua sem sítio para dormir? E sem After Eights?
Para mim, qualquer uma destas linhas de pensamento não deverá servir como filosofia de vida, ou como orientação. Não sou apologista nem do Carpe Diem, nem do "Espera, analisa e reflecte". Nem estroina a 100%, nem regrado 24h/dia. Vejo cada situação pelo que é. Ou assim tento.
Deveria haver um Manual para estas coisas. Para as encruzilhadas importantes da vida. Para saber quando se deve parar de viver a vida ao máximo, e ponderar sobre o próximo passo. Para saber se se deve aproveitar o momento agora, ou aguardar para o usufruir em melhores condições. Ou para tornar claras as oportunidades que se perdem se esperarmos para pensar melhor nelas.
Enfim, introspecções que (desconfio poder afirmar com toda a confiança) não levam a lado nenhum. Agora, com licença, vou só ali e já venho...

1 comentário:

cristisa disse...

Pipinha,
isso das encruzinhadas é muito chato.
Está uma mulher a andar, achando que sabe porquê, como e para onde e, de repente, fica colocada em situação de ter de escolher. Pior, ter de escolher, sem garantia de reembolso por não satisfação.
Mas, tem dias em que eu acho que tem mais piada assim. A vida com GPS era um tédio, ficava como os carros automáticos que não precisam de skills para ser conduzidos.
Tem dias tb que acho que o Manual que serviria para cada um de nós, não podia ser o mesmo.
Hoje estou num desses dias...