12/08/08

Danças mais andanças

Quem me conhece sabe que eu adoro viajar para fora de Portugal. Sou viciada!

Este Verão de uma forma absolutamente inédita e apenas em 3 dias, fiz uma viagem espectacular a um outro mundo dentro de uma pacata aldeia portuguesa: Carvalhais!

Sim, a minha estreia no andanças foi absolutamente de arromba! Superou qualquer expectativa!
Não esperava sentir aquela concentração de energia contagiante, que não deixa o corpo parar e é indiferente ao calor, ao pó, ao desgaste físico e até mesmo à higiene!
Os corpos misturam-se e interagem com uma naturalidade tão bonita de se ver e sentir que até emociona!

Cresci no meio urbano não tendo frequentado os típicos bailaricos que se fazem nas aldeias.
Cresci frequentando discotecas onde se dançava freneticamente ao som do rock e da house music, cada um para o seu lado, com pessoas regadas a álcool e não só, onde o toque só se dá quando as intenções são outras.

No andanças dá-se um regresso às origens! As pessoas que lá estão querem mesmo divertir-se e a dança por si só fornece tudo o que é necessário para obter bem-estar.
Lá encontramos pessoas de todos os estilos e idades, que dançam com alegria e desprendimento.
Ninguém é posto de parte na roda. Todos são bem vindos e o convívio entre as pessoas é saudável e puro.


Um dos workshops que mais me marcou foi o da dança dos afectos. Uma dança feita a dois em que se trabalha a confiança, o respeito, o controlo, a entrega e o amor.
Tenho de confessar que senti coisas que nunca tinha sentido, emoções tão intensas que me fazem questionar se eu alguma vez verdadeiramente me entreguei incondicionalmente a alguém.

Oxalá a vida pudesse ser vivida como uma dança, como um rodopio de emoções autênticas que não fossem travadas pelo medo.

Sabem o que senti quando cheguei a Lisboa? Que as pessoas andam muito bem vestidas e limpinhas por fora mas com tanto acessório, não deixam transparecer a sua autenticidade.

Faz-me pensar…

3 comentários:

Sissi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sissi disse...

Pois é, dançar tem este efeito terapeutico, eu falo por mim. Quando dançamos esquecemos tudo e depois vem aquela sensação de liberdade, de alegria e parece que o mundo brilha e brilha. No andanças com toda aquela energia, aquela gente e a própria natureza que é magnífica, tudo se transforma num mundo à parte, protegido, amigável e energizante.

Se aliarmos a dança aos afectos então a mistura é fantástica. Que seria de nós se não fossem os afectos?

Pimpinha disse...

Sem afectos o mundo fica cinzento, sem alegria.
Estou convencida que o toque tem o poder curador.