06/12/09

Sinto-me violentamente tocada...

A professora de escrita criativa decidiu provocar-nos com pequenas frases incompletas, a mim calhou-me o "sinto-me violentamente tocada..." a única coisa que nos disse é que tinhamos de escrever sobre nós próprios. Assim sendo, aqui vai o texto que escrevi:
Sinto-me violentamente tocada quando se levanta uma calúnia infundada, quando se comete uma injustiça.
Ok, eu sei que vivemos num mundo injusto, mas não me conformo. Quero perceber porquê é que é assim, como é que uns têm tudo e outros não têm nada. Porquê?!!
Já falei com psicólogos, sociólogos, antropólogos, tarólogos, quirólogos mas mesmo assim continuo sem saber, sem perceber, na busca da razão, do porquê!!
Já me disseram que não é o porquê que interessa mas o para quê. Ah!!Deixa cá ver se serve: para quê é que o mundo é injusto? para quê é que aquela pessoa foi injusta comigo? A resposta é que tudo ajuda ao nosso crescimento interior, espiritual, os obstáculos são lições que a vida nos põe à frente para os ultrapassarmos e ficarmos mais fortes, e ainda, que o nosso pior inimigo, aquele que mais nos magoa, é no fundo um mestre que vai ajudar o nosso crescimento espiritual.
A minha avó dizia "nós andamos cá para sofrer", a mim não apetece andar cá para sofrer, nem carregar cruzes que os outros insistem em colocar em nós.
Há dias em que simplesmente Não Quero!! Quero lá saber dos inimigos que são mestres e das injustiças que são obstáculos e blá, blá, blá...
Há dias em que simplesmente me apetece gritar e ralhar.
Depois dizem-me gritar e ralhar é feio, porque é que não vais à missa da 5, a religião, a fé, acreditar que o mundo pode ser melhor, ajuda! Se calhar sim, a mim não me ajudou, aborreceu-me!!
Preciso é de falar, desabafar, perto do meu trabalho está uma velhota que desabafa para um prédio e às vezes para uma estátua, não sei se quero esta terapia para mim!!

03/12/09

Escrita criativa

Não sabendo bem que utilidade dar a este blog, vou de agora em diante passar a transcrever os textos do curso de escrita criativa que estou a tirar na NextArt, este texto é sobre a mão, a minha mão, não a mão de um(a) qualquer, aqui vai:
Nunca penso muito nas minhas mãos, embora às vezes me distraia a olhar para elas, gosto delas, da sua textura e da cor.
Tenho umas mãos impacientes, não são muito prendadas, nem dadas ao trabalho de minúcia. São mãos que gostam de mexer, tocar, ver, saborear, são curiosas.
Não são desastradas, são cuidadosas, raramente me deixam ficar mal, não partem objectos, não deitam ao chão coisas com fúria, também não são nervosas como as mãos de alguns fumadores.
Gosto de entrelaçar as mãos e dedos, é bonito.
Quando a mão se sente mais isolada e descontextualizada, socializa com o cabelo, uma madeixa de caracol dá sempre jeito para enrolar mais um bocadinho.
As minhas mãos adoram acariciar gatos, mesmo muito, às vezes descontrolam-se e apertam muito o pobre bicho.
As minhas mãos às vezes são um pouco vaidosas, gostam de anéis, unhas pintadas, um bom creme...enfim...coisas de mãos.